No capítulo que vai ao ar na próxima terça-feira (24) em "Insensato Coração", Sueli (Louise Cardoso) resolve conversar com Eduardo (Rodrigo Andrade) sobre o namoro do filho com a patricinha Paula (Tainá Müller). Ela diz que não sente os dois apaixonados. Mas o que Sueli não imagina é que Eduardo vai descobrir que sente atração por homens. No capítulo 121, previsto para ir ao ar no dia 6 de junho, Eduardo abre seu coração para Alice (Paloma Bernardi). Os dois conversam na cozinha do apartamento da personal. Veja os diálogos abaixo:
Eduardo - Isso já é muito... (se abre, chateado) Eu não tô sendo honesto assim nem com a Paula e nem comigo.
Alice - Você está traindo a Paula, Eduardo? Tá com outra garota?
Eduardo - Não tem outra garota nenhuma. Não estou traindo ninguém, Alice. Esquece, tá?
Alice - Não, você pode desabafar comigo. Quer dizer, se você quiser falar, claro, não quero me meter na sua vida.
Eduardo - Eu acho que sinto atração por outros caras.
Alice reage discretamente surpresa.
Eduardo - Já faz um tempo que rola, acho que sempre rolou. Primeiro, achei que eu era novo, podia tar misturando tudo. Depois, que ainda não tinha aparecido a garota certa... Achei que se eu tentasse não pensar nisso/
Alice - Como se a gente conseguisse mandar no desejo, né?
Eduardo - Alice, eu estou confuso demais, não tenho mais certeza de nada!
Alice - Então, deixa rolar, não fica tentando entender tudo de uma vez, dá um tempo pra você. Se está te fazendo mal ficar com a Paula, termina com ela por um tempo, espera. Não fica se cobrando uma definição. E, se vocêacabar sacando que gosta mesmo de homem/
Eduardo - Nossa, vai ser uma barra.
Alice - Barra, mesmo, é fingir ser quem você não é. Ser gay, no século XXI, não pode ser mais um grande drama. Sua mãe vai aceitar, ela tem uma cabeça legal, você não vai ter problema no trabalho. Se você for mesmo gay, cara, não tem por que ter medo de ser feliz.
Eduardo - Valeu pela força.
Alice - Agora, vamos correr, não tem coisa melhor pra espairecer! Depois, eu fiquei de pegar meu sobrinho com o André, lá na Lagoa, tenho hora.
Ela se afasta e Eduardo permanece conflituado. Depois, no quiosque de Suely, a mãe de Eduardo fica perplexa ao saber que um amigo de Xicão (Wendell Bendelack) foi agredido por ser gay. Sueli quer saber os detalhes da briga:
Sueli - Mas teve que ir pro hospital?
Xicão - Mandíbula fraturada, três dentes quebrados, cheio de hematoma, escapou de traumatismo craniano por pouco.
Sueli - Meu Pai! Que horror essa briga de...
Xicão - Que briga, Sueli? Massacre! Meu amigo tava saindo de um bar, sozinho, apareceu um grupo de pitboys, do nada, eles saíram batendo no cara, uma covardia! Ele podia ter morrido.
Nelson - Ele tem que ir à delegacia fazer a denúncia, Xicão.
Xicão - Não quer, Nelson, está com vergonha. Ele é gay, estava num bar gay, acha que vão fazer chacota. E você sabe que ele tem motivo pra achar isso.
Sueli - Imagina, gente!
Xicão - As coisas estão mudando, mas nem tanto assim. O coitado ainda corre o risco de perguntarem se ele provocou esses animais. Que orientação você dá, Nelson, como advogado?
Nelson - Primeiro, denunciar. Não é fácil, eu sei. Eu posso ir com ele, ou um grupo de amigos. Temos de reforçar as estatísticas, pra pressionar mais.
Xicão - Fico maluco com isso! Só no ano passado, foram assassinados 260 gays, lésbicas e travestis no Brasil, quase um por dia.
Sueli - A violência está demais, mesmo.
Xicão - É diferente, Sueli. Não tô falando de gays que morreram assassinados por um motivo ou outro. Estou falando de pessoas que morreram especificamente por que eram gays ou transgêneros, gente que virou alvo de violência só por ser diferente. Isto é intransigência, preconceito e discriminação, na sua forma mais violenta.
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