Sinopse
Persistência é o seu sobrenome, mas malandragem também poderia ser. Ariclenes Almeida, ou Ari, como costuma ser chamado pelos amigos, é o tipo de pessoa que tem o velho ditado popular como um lema para sua vida: "a esperança é a última que morre". Mesmo depois de perder em pouco tempo a pequena fortuna que ganhou na loteria, Ari insiste em se dar bem e sonha com o dia em que vai voltar a ser rico.
Na juventude, Ariclenes se casou com Suzana e eles tiveram um filho, Luti. O relacionamento não deu certo, devido principalmente aos devaneios de Ari, e hoje ele vive da pensão da ex-mulher, que se tornou editora da importante revista Moda Brasil.
Mas como o seu objetivo é dar a volta por cima e provar que ele também pode brilhar, Ariclenes segue em busca de ideias inovadoras para ser um homem de sucesso, ou melhor, um sortudo que vai ganhar dinheiro fácil mais uma vez, já que trabalho não é com ele.
Ari tem a grande sacada de sua vida quando conhece uma moradora de rua, Cecília, e consegue ver o que há de tão especial nessa maltrapilha: os figurinos de suas bonecas. Vagando pelos cantos com uma boneca na mão, a senhora explica para Ari que o brinquedo é uma das suas princesas e mostra a original coleção de vestidos, deixando-o absolutamente encantado. Ao pegar um boneco imponente, ela o apresenta: este é Victor Valentin, "o mais belo e corajoso príncipe da Espanha".
Pronto! Era o que faltava para que o plano mais genial se concretizasse na cabeça de Ariclenes: aproveitar o dom criativo desta senhora para entrar em grande estilo no território de seu maior inimigo de infância: André Spina, que se tornou Jacques L´Eclair, um estilista de roupas de festa muito bem sucedido. Além de ter a chance de derrubar seu grande desafeto, Ari vê nos figurinos uma grande fonte de lucro.
Usando os modelitos idealizados por Cecília, Ari se infiltra no mercado da moda na pele do espanhol Victor Valentin, que vem ao Brasil para revolucionar o mundo da alta-costura e desbancar o sucesso de seu desafeto Jacques L´Eclair. Para piorar essa disputa, os filhos dos dois rivais - Luti, filho de Ari, e Valquíria, filha de André - se apaixonam e precisam lutar por esse amor em meio ao fogo cruzado que se tornou a briga entre os dois costureiros. Ainda mais porque Jacques se insinua para Suzana, deixando Ari morto de ciúmes.
Na juventude, Ariclenes se casou com Suzana e eles tiveram um filho, Luti. O relacionamento não deu certo, devido principalmente aos devaneios de Ari, e hoje ele vive da pensão da ex-mulher, que se tornou editora da importante revista Moda Brasil.
Mas como o seu objetivo é dar a volta por cima e provar que ele também pode brilhar, Ariclenes segue em busca de ideias inovadoras para ser um homem de sucesso, ou melhor, um sortudo que vai ganhar dinheiro fácil mais uma vez, já que trabalho não é com ele.
Ari tem a grande sacada de sua vida quando conhece uma moradora de rua, Cecília, e consegue ver o que há de tão especial nessa maltrapilha: os figurinos de suas bonecas. Vagando pelos cantos com uma boneca na mão, a senhora explica para Ari que o brinquedo é uma das suas princesas e mostra a original coleção de vestidos, deixando-o absolutamente encantado. Ao pegar um boneco imponente, ela o apresenta: este é Victor Valentin, "o mais belo e corajoso príncipe da Espanha".
Pronto! Era o que faltava para que o plano mais genial se concretizasse na cabeça de Ariclenes: aproveitar o dom criativo desta senhora para entrar em grande estilo no território de seu maior inimigo de infância: André Spina, que se tornou Jacques L´Eclair, um estilista de roupas de festa muito bem sucedido. Além de ter a chance de derrubar seu grande desafeto, Ari vê nos figurinos uma grande fonte de lucro.
Usando os modelitos idealizados por Cecília, Ari se infiltra no mercado da moda na pele do espanhol Victor Valentin, que vem ao Brasil para revolucionar o mundo da alta-costura e desbancar o sucesso de seu desafeto Jacques L´Eclair. Para piorar essa disputa, os filhos dos dois rivais - Luti, filho de Ari, e Valquíria, filha de André - se apaixonam e precisam lutar por esse amor em meio ao fogo cruzado que se tornou a briga entre os dois costureiros. Ainda mais porque Jacques se insinua para Suzana, deixando Ari morto de ciúmes.
Elenco
Personagens
Fonte: Reprodução / Rede Globo
Abertura
Bastidores
Maria Adelaide Amaral, então chamada para escrever uma novela, afirmou que não faria uma trama original, mas sim mais uma adaptação da obra de Cassiano Gabus Mendes, seu mestre, de quem já havia adaptado Anjo Mau em 1997.
Desta vez a autora escolheu Ti Ti Ti, sucesso de 1985, que na adaptação teve entrechos de outra trama de Cassiano: Plumas e Paetês, de 1980. Em comum, as duas novela têm o mundo da moda como pano de fundo.
De Plumas e Paetês Maria Adelaide tirou a espinha dorsal da novela: a história de Marcela, que se faz passar por outra pessoa após um acidente para se garantir ante sua gravidez. Também a trama da empresária Rebeca, dona de uma confecção, uma mulher sofisticada que se vê apaixonada por um subalterno de sua empresa, Gino. Em 1980, Marcela, Rebeca e Gino foram interpretados por Elizabeth Savala, Eva Wilma e Paulo Goulart, respectivamente. Agora os personagens estão a cargo de Ísis Valverde, Christiane Torloni e Marco Ricca.
Esta é a terceira vez que Christiane Torloni vive num remake uma personagem que fora interpretada por Eva Wilma na versão original da novela. Ela já foi Jô Penteado de A Gata Comeu e Diná de A Viagem.
Nesta nova Ti Ti Ti, a autora misturou as novelas, criando novos núcleos, personagens e entrechos, e retirando outros das versões originais. Os protagonistas da Ti Ti Ti original, Victor Valentim (Luiz Gustavo), Jacques Leclair (Reginaldo Faria), Suzana (Marieta Severo) e Jaqueline (Sandra Bréa), agora são vividos por Murilo Benício, Alexandre Borges, Malu Mader e Cláudia Raia.
Malu Mader já participara da versão original de Ti Ti Ti, quando vivera Valquíria, a espevitada filha de Jacques Leclair.
Estão no elenco desta novela e já participaram das obras originais:
Paulo Goulart, que em Plumas e Paetês viveu o segurança Gino;
Elizângela e Mila Moreira, também atuaram em Plumas e Paetês;
Mila Moreira ainda fez uma pequena participação em Ti Ti Ti, vivendo ela mesma;
Tato Gabus e Betty Gofman estrearam na TV em Ti Ti Ti.
Maria Adelaide Amaral homenageia Cassiano Gabus Mendes com participações especiais de personagens de outros folhetins do autor, interpretados pelos atores que os viveram originalmente. Luiz Gustavo volta a viver o detetive Mário Fofoca, da novela Elas por Elas, de 1982, e Eva Todor reencarna a ex-vedete Kiki Blanche, de Locomotivas, de 1977. A autora também quer Marília Pêra para reviver Rafaela Alvaray da novela Brega e Chique, de 1987.
Muitas são as menções a outras novelas. Jaqueline (Cláudia Raia) chama Suzana (Malu Mader) de "fera radical", numa alusão à novela estrelada por Malu nos anos 80. Numa cena divertida, Jaqueline e Suzana dançam e cantam ao som do tema de abertura de Fera Radical. Flagradas por Ari, ele diz que elas parecem a dupla Faísca e Espoleta - alusão à dupla sertaneja que Claudia Raia formou com Patrícia Pillar em A Favorita. E Jaqueline responde "Isso é muito melhor que 'Beijinho Doce'!" - sucesso da dupla de A Favorita.
Quando Suzana conheceu Valquíria (Juliana Paiva), disparou "eu já fui você um dia!", referindo-se à mesma personagem que a atriz interpretou na versão original da novela.
Suzana e Ari (Murilo Benício) relembraram a trilha internacional da novela Hipertensão, de 1986, com o LP na mão.
Quando conheceu Jacques Leclair (Alexandre Borges), Jaqueline perguntou se ele era o costureiro da Viúva Porcina (personagem espalhafatosa de Regina Duarte em Roque Santeiro), devido ao seu estilo exagerado.
Jaqueline censurando a empregada: "Olha a empregada querendo ter fala. Isso aqui não é novela do Manoel Carlos, não!"
Ari comentou que ele e Victor Valetim são como os personagens de O Clone, onde o próprio ator Murilo Benício era o protagonista e seu clone.
Ari citou o Tenente Wilson, personagem que o próprio Murilo Benício havia interpretado no seriado Força Tarefa, no ano anterior.
Ao ver um croqui desenhado pelo personagem Rony Pears, Ari comenta: "Que desenho horrível! Parece feito por aquele macaco da novela Caras e Bocas!". O macaco em questão foi vivido por Otávio Reis, o intérprete de Rony Pears!
Adriano (Rafael Zulu) reclamando das investidas de Thaísa (Fernanda Souza): "Lá vem essa Chiquitita taradita!", referindo-se à novela do SBT que Fernanda atuou nos anos 90.
A abertura de Locomotivas - em que uma modelo é preparada por um cabeleireiro e um maquiador - foi refeita em Ti Ti Ti. As modelos interpretadas por Mayana Neiva e Thaila Ayala eram penteadas e maquiadas tal qual as imagens da abertura, ao som de Maria-Fumaça, a música-tema de abertura de Locomotivas.
No rastro do sucesso de Ti Ti Ti, a Globo Marcas lançou coleções de esmalte, perfume, sapato e até linha de costura com a marca da novela.
A Estrela lançou a boneca Susi Ti Ti Ti, que veste modelitos Victor Valentim - na novela os modelos do costureiro são criados inicialmente em bonecas.
Como na versão original, o batom Boka Loka - que, na história, deixava as mulheres irresistíveis para os homens - também foi reeditado na trama e comercializado na vida real. Mas desta vez foi rebatizado com o nome da novela: batom Ti Ti Ti.
Belo Horizonte foi o palco para as primeiras gravações, já que a trama de Plumas e Paetês se inicia na capital mineira. Serviram de locações a Praça do Papa, a Lagoa da Pampulha, a Igreja da Pampulha, a Praça da Liberdade, o Mirante do Mangabeiras, Savassi e a rodovia Fernão Dias.
Marília Carneiro, a figurinista de Ti Ti Ti, assume que muitas vezes tem pegado a contramão do bom gosto com a novela. Afinal, com uma obra baseada no humor, cabem exageros e uma overdose em tecidos e acessórios, com um estilo um tanto quanto duvidoso. Para os personagens centrais, Jacques Leclair e Victor Valentim, a figurinista se inspirou em estilistas famosos. Jacques foi uma espécie de homenagem a Dener, o brasileiro que fez sucesso nos anos 60 e 70. Já Victor foi baseado na extravagância do estilista britânico John Galliano e do francês Jean-Paul Gaultier.
Para a perua Jaqueline (Cláudia Raia), Marília investe num estilo quase barroco. Misturou pedrarias, correntes, muito brilho e modelagens largas, como calças sarouel. Para Luísa (Guilhermina Guinle), Marília vestiu desde modelitos da estilista Gilda Midani até as roupas da Osklen, que fazem um visual "surradinho chique".
Um dos xodós de Marília na trama é o figurino de Malu Mader como a editora de moda Suzana. Para a personagem, a figurinista se inspirou em Corine Roitfeld, editora da revista Vogue francesa.
"Fui na Daslu (multimarcas chique paulistana) e arrematei várias coisas da Chanel para ela. Também aposto nos paetês que ela usa com despojamento", comentou.
A figurinista recebeu uma espécie de encomenda do diretor Jorge Fernando. Ele quis que a primeira roupa que aparecesse de Victor Valentim na história fosse um clássico dos anos 50, que foi vestido por Desirée (Mayana Neiva), confeccionado pela grife Martu.
"Foi uma modelagem inspirada num Dior em tom vermelho extremamente clássico. Coloquei todos os outros atores em tons de cinza para o vestido se sobressair nesta cena."
Marília pediu para o diretor para abrir a trama com um desfile do estilista Alexandre Herchcovitch.
"Ele tem um olhar que mistura elegância com humor (...) e resume o olhar da trama para o mundo da moda", analisou Marília.
A cada detalhe que esmiuçam sobre a cenografia da novela, os cenógrafos Zé Cláudio Ferreira e Marcelo Carneiro destacam a liberdade que têm de criar e brincar com os mais variados acabamentos, cores, dimensões e estilos de cada ambiente. E um dos maiores orgulhos deles foi construir uma cidade que conta com quatro representações de trechos da capital paulistana. Nela estão inseridos detalhes do bairro de classe média baixa Vila de Belenzinho, um trecho do comércio rico de São Paulo, numa transversal da rua Oscar Freire, no Jardim Paulista, a região da agência de modelos da história e o trecho onde fica a casa de Jacques Leclair.
"São sets importantes que ficam em bairros muito distantes, mas que conseguimos construir como vizinhos na cidade cenográfica. Ao redor, entremeamos com lojas, bares, cafés, que são necessários ao longo da trama", destacou Marcelo.
Marcelo e Zé Cláudio tiveram maior liberdade de criar graças ao tom de comédia, que permite mais maleabilidade de estilos. Foi o que aconteceu, por exemplo, com as referências multicoloridas e retrôs usadas na história, com leve inspiração nos anos 80. Mesmo assim, os cenógrafos também pinçaram atuais referências das tendências de vanguarda na arquitetura e no design.
"Pudemos ousar muito porque os personagens são caricatos. Não ficamos no bege, cinza e preto. Para a casa do Victor Valentim, por exemplo, nos inspiramos numa casa de Sevilha relembrando origens mouras. É uma estética que mistura o moderno e o antigo", definiu Zé Cláudio.
Para a agência de modelos da história, projetada por Marcelo, o diretor Jorge Fernando escolheu tons de roxo, que foram pincelados pelo cenógrafo em todo o cenário, como também numa espécie de segunda pele que envolve o projeto que faz lembrar uma caixa de vidro.
Independentemente do cenário, atualmente a maior preocupação de Marcelo e Zé Cláudio tem sido com a qualidade dos materiais e o acabamento realizado pela mão-de-obra. Afinal, com as imagens em HD, cada detalhe é destacado no vídeo, o que fez com esses profissionais aprimorassem seus trabalhos. Por exemplo, antes da TV digital vários tons de azul poderiam parecer a mesma cor numa parede. Agora, com gravações em alta definição, cada tom é diferenciado.
"O cenário tem de estar mais perfeito para a câmara que para o olho nu. Uma parede de fórmica no HD pode denunciar a marca da mão do faxineiro que passou um pano", exemplificou Marcelo.
"Em compensação, nosso trabalho está muito mais em evidência, para o bem e para o mal. Nunca recebemos tantos telefonemas de telespectadores querendo saber detalhes de objetos e cores de paredes", comemorou Zé Cláudio.
Desta vez a autora escolheu Ti Ti Ti, sucesso de 1985, que na adaptação teve entrechos de outra trama de Cassiano: Plumas e Paetês, de 1980. Em comum, as duas novela têm o mundo da moda como pano de fundo.
De Plumas e Paetês Maria Adelaide tirou a espinha dorsal da novela: a história de Marcela, que se faz passar por outra pessoa após um acidente para se garantir ante sua gravidez. Também a trama da empresária Rebeca, dona de uma confecção, uma mulher sofisticada que se vê apaixonada por um subalterno de sua empresa, Gino. Em 1980, Marcela, Rebeca e Gino foram interpretados por Elizabeth Savala, Eva Wilma e Paulo Goulart, respectivamente. Agora os personagens estão a cargo de Ísis Valverde, Christiane Torloni e Marco Ricca.
Esta é a terceira vez que Christiane Torloni vive num remake uma personagem que fora interpretada por Eva Wilma na versão original da novela. Ela já foi Jô Penteado de A Gata Comeu e Diná de A Viagem.
Nesta nova Ti Ti Ti, a autora misturou as novelas, criando novos núcleos, personagens e entrechos, e retirando outros das versões originais. Os protagonistas da Ti Ti Ti original, Victor Valentim (Luiz Gustavo), Jacques Leclair (Reginaldo Faria), Suzana (Marieta Severo) e Jaqueline (Sandra Bréa), agora são vividos por Murilo Benício, Alexandre Borges, Malu Mader e Cláudia Raia.
Malu Mader já participara da versão original de Ti Ti Ti, quando vivera Valquíria, a espevitada filha de Jacques Leclair.
Estão no elenco desta novela e já participaram das obras originais:
Paulo Goulart, que em Plumas e Paetês viveu o segurança Gino;
Elizângela e Mila Moreira, também atuaram em Plumas e Paetês;
Mila Moreira ainda fez uma pequena participação em Ti Ti Ti, vivendo ela mesma;
Tato Gabus e Betty Gofman estrearam na TV em Ti Ti Ti.
Maria Adelaide Amaral homenageia Cassiano Gabus Mendes com participações especiais de personagens de outros folhetins do autor, interpretados pelos atores que os viveram originalmente. Luiz Gustavo volta a viver o detetive Mário Fofoca, da novela Elas por Elas, de 1982, e Eva Todor reencarna a ex-vedete Kiki Blanche, de Locomotivas, de 1977. A autora também quer Marília Pêra para reviver Rafaela Alvaray da novela Brega e Chique, de 1987.
Muitas são as menções a outras novelas. Jaqueline (Cláudia Raia) chama Suzana (Malu Mader) de "fera radical", numa alusão à novela estrelada por Malu nos anos 80. Numa cena divertida, Jaqueline e Suzana dançam e cantam ao som do tema de abertura de Fera Radical. Flagradas por Ari, ele diz que elas parecem a dupla Faísca e Espoleta - alusão à dupla sertaneja que Claudia Raia formou com Patrícia Pillar em A Favorita. E Jaqueline responde "Isso é muito melhor que 'Beijinho Doce'!" - sucesso da dupla de A Favorita.
Quando Suzana conheceu Valquíria (Juliana Paiva), disparou "eu já fui você um dia!", referindo-se à mesma personagem que a atriz interpretou na versão original da novela.
Suzana e Ari (Murilo Benício) relembraram a trilha internacional da novela Hipertensão, de 1986, com o LP na mão.
Quando conheceu Jacques Leclair (Alexandre Borges), Jaqueline perguntou se ele era o costureiro da Viúva Porcina (personagem espalhafatosa de Regina Duarte em Roque Santeiro), devido ao seu estilo exagerado.
Jaqueline censurando a empregada: "Olha a empregada querendo ter fala. Isso aqui não é novela do Manoel Carlos, não!"
Ari comentou que ele e Victor Valetim são como os personagens de O Clone, onde o próprio ator Murilo Benício era o protagonista e seu clone.
Ari citou o Tenente Wilson, personagem que o próprio Murilo Benício havia interpretado no seriado Força Tarefa, no ano anterior.
Ao ver um croqui desenhado pelo personagem Rony Pears, Ari comenta: "Que desenho horrível! Parece feito por aquele macaco da novela Caras e Bocas!". O macaco em questão foi vivido por Otávio Reis, o intérprete de Rony Pears!
Adriano (Rafael Zulu) reclamando das investidas de Thaísa (Fernanda Souza): "Lá vem essa Chiquitita taradita!", referindo-se à novela do SBT que Fernanda atuou nos anos 90.
A abertura de Locomotivas - em que uma modelo é preparada por um cabeleireiro e um maquiador - foi refeita em Ti Ti Ti. As modelos interpretadas por Mayana Neiva e Thaila Ayala eram penteadas e maquiadas tal qual as imagens da abertura, ao som de Maria-Fumaça, a música-tema de abertura de Locomotivas.
No rastro do sucesso de Ti Ti Ti, a Globo Marcas lançou coleções de esmalte, perfume, sapato e até linha de costura com a marca da novela.
A Estrela lançou a boneca Susi Ti Ti Ti, que veste modelitos Victor Valentim - na novela os modelos do costureiro são criados inicialmente em bonecas.
Como na versão original, o batom Boka Loka - que, na história, deixava as mulheres irresistíveis para os homens - também foi reeditado na trama e comercializado na vida real. Mas desta vez foi rebatizado com o nome da novela: batom Ti Ti Ti.
Belo Horizonte foi o palco para as primeiras gravações, já que a trama de Plumas e Paetês se inicia na capital mineira. Serviram de locações a Praça do Papa, a Lagoa da Pampulha, a Igreja da Pampulha, a Praça da Liberdade, o Mirante do Mangabeiras, Savassi e a rodovia Fernão Dias.
Marília Carneiro, a figurinista de Ti Ti Ti, assume que muitas vezes tem pegado a contramão do bom gosto com a novela. Afinal, com uma obra baseada no humor, cabem exageros e uma overdose em tecidos e acessórios, com um estilo um tanto quanto duvidoso. Para os personagens centrais, Jacques Leclair e Victor Valentim, a figurinista se inspirou em estilistas famosos. Jacques foi uma espécie de homenagem a Dener, o brasileiro que fez sucesso nos anos 60 e 70. Já Victor foi baseado na extravagância do estilista britânico John Galliano e do francês Jean-Paul Gaultier.
Para a perua Jaqueline (Cláudia Raia), Marília investe num estilo quase barroco. Misturou pedrarias, correntes, muito brilho e modelagens largas, como calças sarouel. Para Luísa (Guilhermina Guinle), Marília vestiu desde modelitos da estilista Gilda Midani até as roupas da Osklen, que fazem um visual "surradinho chique".
Um dos xodós de Marília na trama é o figurino de Malu Mader como a editora de moda Suzana. Para a personagem, a figurinista se inspirou em Corine Roitfeld, editora da revista Vogue francesa.
"Fui na Daslu (multimarcas chique paulistana) e arrematei várias coisas da Chanel para ela. Também aposto nos paetês que ela usa com despojamento", comentou.
A figurinista recebeu uma espécie de encomenda do diretor Jorge Fernando. Ele quis que a primeira roupa que aparecesse de Victor Valentim na história fosse um clássico dos anos 50, que foi vestido por Desirée (Mayana Neiva), confeccionado pela grife Martu.
"Foi uma modelagem inspirada num Dior em tom vermelho extremamente clássico. Coloquei todos os outros atores em tons de cinza para o vestido se sobressair nesta cena."
Marília pediu para o diretor para abrir a trama com um desfile do estilista Alexandre Herchcovitch.
"Ele tem um olhar que mistura elegância com humor (...) e resume o olhar da trama para o mundo da moda", analisou Marília.
A cada detalhe que esmiuçam sobre a cenografia da novela, os cenógrafos Zé Cláudio Ferreira e Marcelo Carneiro destacam a liberdade que têm de criar e brincar com os mais variados acabamentos, cores, dimensões e estilos de cada ambiente. E um dos maiores orgulhos deles foi construir uma cidade que conta com quatro representações de trechos da capital paulistana. Nela estão inseridos detalhes do bairro de classe média baixa Vila de Belenzinho, um trecho do comércio rico de São Paulo, numa transversal da rua Oscar Freire, no Jardim Paulista, a região da agência de modelos da história e o trecho onde fica a casa de Jacques Leclair.
"São sets importantes que ficam em bairros muito distantes, mas que conseguimos construir como vizinhos na cidade cenográfica. Ao redor, entremeamos com lojas, bares, cafés, que são necessários ao longo da trama", destacou Marcelo.
Marcelo e Zé Cláudio tiveram maior liberdade de criar graças ao tom de comédia, que permite mais maleabilidade de estilos. Foi o que aconteceu, por exemplo, com as referências multicoloridas e retrôs usadas na história, com leve inspiração nos anos 80. Mesmo assim, os cenógrafos também pinçaram atuais referências das tendências de vanguarda na arquitetura e no design.
"Pudemos ousar muito porque os personagens são caricatos. Não ficamos no bege, cinza e preto. Para a casa do Victor Valentim, por exemplo, nos inspiramos numa casa de Sevilha relembrando origens mouras. É uma estética que mistura o moderno e o antigo", definiu Zé Cláudio.
Para a agência de modelos da história, projetada por Marcelo, o diretor Jorge Fernando escolheu tons de roxo, que foram pincelados pelo cenógrafo em todo o cenário, como também numa espécie de segunda pele que envolve o projeto que faz lembrar uma caixa de vidro.
Independentemente do cenário, atualmente a maior preocupação de Marcelo e Zé Cláudio tem sido com a qualidade dos materiais e o acabamento realizado pela mão-de-obra. Afinal, com as imagens em HD, cada detalhe é destacado no vídeo, o que fez com esses profissionais aprimorassem seus trabalhos. Por exemplo, antes da TV digital vários tons de azul poderiam parecer a mesma cor numa parede. Agora, com gravações em alta definição, cada tom é diferenciado.
"O cenário tem de estar mais perfeito para a câmara que para o olho nu. Uma parede de fórmica no HD pode denunciar a marca da mão do faxineiro que passou um pano", exemplificou Marcelo.
"Em compensação, nosso trabalho está muito mais em evidência, para o bem e para o mal. Nunca recebemos tantos telefonemas de telespectadores querendo saber detalhes de objetos e cores de paredes", comemorou Zé Cláudio.
Créditos
Globo - 19h
estreia: 19 de julho de 2010
novela de Maria Adelaide Amaral
baseada nas novelas Ti Ti Ti e Plumas e Paetês de Cassiano Gabus Mendes
colaboração de Vicent Villari, Álvaro Ramos, Letícia Mey e Rodrigo Arantes do Amaral
direção de Ary Coslov, Maria de Médicis, Frederico Mayrink, Marcelo Zambelli
direção geral de Jorge Fernando
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