Sinopse
Maria de Fátima tem a certeza de que a honestidade não vale nada. Sem hesitar, ela vende a única propriedade da família, uma pequena casa em Foz do Iguaçu, e muda-se para o Rio de Janeiro, com o intuito de tentar ganhar a vida como modelo. Envolve-se com César Ribeiro, um mau-caráter, e para conseguir o seu objetivo utiliza-se de tudo: mentiras sobre a situação financeira da família, dissimulações e até roubos. Conhece o milionário Afonso Roitman, e, depois de muitas armações, casa-se com ele, tirando Solange, a namorada do rapaz, do caminho dos dois.
Raquel, a mãe de Fátima, pensa exatamente o contrário. Simplória e honesta, para ela, somente o trabalho é capaz de dar uma situação digna a uma pessoa. Quando foi abandonada pelo marido com uma filha para criar, não hesitou em enfrentar o dia-a-dia como guia de turismo. Após ter sido enganada pela filha, Raquel vai atrás dela e estabelece-se no Rio. Conhece Ivan, o homem por quem se apaixona, e, de vendedora de sanduíche na praia, chega à dona de uma rede de restaurantes.
A história tem uma reviravolta quando Raquel encontra 800 mil dólares, perdidos pelo desonesto empresário Marco Aurélio, e não aceita ficar com o dinheiro, como sugeriu Ivan. Os dólares desaparecem através de um plano de Fátima, e Raquel acredita que foi Ivan o autor do delito. Os dois rompem e Ivan casa-se com Helena, uma artista plástica frágil e alcoólatra, filha da toda poderosa Odete Roitman, a culpada pelos problemas de Helena.
Odete mantem um caso amoroso com o jovem César e é uma mulher perigosa, capaz de tudo para atingir seus objetivos. Culmina assassinada por Leila, que disparou sua arma por engano. Leila pensou que quem estava ali com seu marido, Marco Aurélio, era a amante dele, Maria de Fátima.
Elenco
- Participação especial
Ator | Personagem |
---|---|
Daniel Filho | Rubinho (Rubens Accioli) |
- Atrizes convidadas
Ator | Personagem |
---|---|
Beatriz Segall | Odete de Almeida Roitman |
Nathália Timberg | Celina Junqueira |
Renata Sorrah como Helenina (Helena de Almeida Roitman) |
Reginaldo Faria como Marco Aurélio Cantanhede |
Elenco secundário e participações especiais
Bastidores
Um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira. Com uma trama contagiante, o trio de autores conseguiu aliar as nuances dos bons folhetins com uma crítica social ao país a partir de uma pergunta comum a milhões de brasileiros: "Vale a pena ser honesto no Brasil de hoje?". O ano era 1988 e se refletiam como nunca os nossos principais problemas políticos.
Os personagens Odete Roitman e Marco Aurélio retratavam o que havia de ruim e corrupto no país, enquanto Raquel e Ivan simbolizavam a vida de milhões de brasileiros.
O título originalmente pensado para a novela era Pátria Amada, o que se tornou inviável por já existir como nome de um filme de Tizuka Yamasaki.
Daniel Filho menciona em seu livro O Circo Eletrônico:
"Na primeira sinopse, a filha vendia a casa por volta do capítulo 40 ou 50. Lógico que outras histórias paralelas estariam acontecendo. Mas o tema central não deslanchava. Argumentei: 'Se a filha não vender a casa no primeiro capítulo e a mãe ficar na miséria, a novela não atingirá seu objetivo'. Ou seja, não deixaria claro seu tema. Denis Carvalho - o diretor - concorda. A presença de Aguinaldo e o jeito conciliador de Leonor deixaram Gilberto seguro para adiantar a novela em 40 capítulos."
No capítulo 193, que foi ao ar no dia 24/12/1988, a vilã Odete Roitman foi assassinada com 3 tiros à queima-roupa. O mistério da identidade do assassino durou apenas 13 dias, mas dominou todas as conversas pelo país. O fabricante de caldo de galinha Maggi promoveu um concurso para premiar quem adivinhasse o nome do assassino. O Brasil parou diante da TV em 6/1/1989 para conhecer o criminoso.
O mistério da identidade do assassino de Odete Roitman tornou-se alvo de apostas, rifas e sorteios. A cena do disparo foi gravada no dia em que o último capítulo iria para o ar. Nem o próprio elenco sabia, até ao momento em que Denis Carvalho dispensou os demais atores, anunciando que seria Leila. A primeira reação da "morta" (Beatriz Segall) foi dar-lhe os parabéns. Razão do assassinato: Leila adentrara o recinto desabaladamente, disparando sua arma contra a vilã, por engano! Ela pensava que quem estava ali com seu marido Marco Aurélio (Reginaldo Faria) era a amante dele, Maria de Fátima (Glória Pires).
Até algum tempo depois de ter terminado a novela, Beatriz Segall se recusava a falar da sua interpretação, já que tentava afastar o fantasma da megera com os trabalhos que fez depois de Vale Tudo.
Beatriz conta que depois que sua personagem foi assassinada, uma agência de publicidade criou uma campanha para uma companhia de seguros, na qual, sob uma foto da atriz, lia-se a frase: "Nunca se sabe o dia de amanhã. Faça seguro."
Nove anos mais tarde, Beatriz e Glória Pires reencontrar-se-iam, no remake de Anjo Mau. A primeira só aceitou entrar na novela se fosse para fazer um personagem do bem. Na cena de Anjo Mau em que Clotilde e Nice se conhecem, fazendo uma alusão às suas personagens em Vale Tudo, a primeira diz achar conhecer a outra de algum lugar.
Além da questão da ética e honestidade, Vale Tudo discutiu o drama do alcoolismo e mostrou, pela primeira vez de forma explícita, o homossexualismo feminino. Por isso a novela enfrentou alguns problemas com a censura. Vários diálogos entre as personagens Cecília (Lala Deheinzelin) e Laís (Cristina Prochaska) tiveram que ser reescritos depois que foi vetada a cena em que as duas contavam a Helena (Renata Sorrah) sobre os preconceitos de que eram vítimas por causa de seu relacionamento.
Em Cuba, o governo resolveu legalizar em 1995 uma rede de restaurantes privados que funcionava clandestinamente desde 1993, num arrojado gesto de abrir mão da exploração exclusiva do setor. Esses restaurantes, geridos em âmbito familiar, têm o nome de "paladares", assim batizados por conta do nome da empresa de alimentos de Raquel na novela (Paladar).
Muitas foram as cenas marcantes, como o assassinato de Odete, cometido por Leila; Marco Aurélio fugindo do país num jatinho e se despedindo de todos com uma "banana", através do gesto com os braços; e Raquel rasgando o vestido de casamento de Fátima.
Em 2002, a Globo, numa parceria com a Rede Telemundo - cadeia de emissoras abertas voltada para a comunidade latina nos Estados Unidos - produziu uma nova versão de Vale Tudo, em espanhol: Vale Todo com elenco formado por atores latinos.
Créditos
Globo - 20h
de 16 de maio de 1988 a 6 de janeiro de 1989
204 capítulos escritos, 203 apresentados
novela de Gilberto Braga
escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères
direção de Denis Carvalho e Ricardo Waddington
direção geral de Denis Carvalho
Um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira. Com uma trama contagiante, o trio de autores conseguiu aliar as nuances dos bons folhetins com uma crítica social ao país a partir de uma pergunta comum a milhões de brasileiros: "Vale a pena ser honesto no Brasil de hoje?". O ano era 1988 e se refletiam como nunca os nossos principais problemas políticos.
Os personagens Odete Roitman e Marco Aurélio retratavam o que havia de ruim e corrupto no país, enquanto Raquel e Ivan simbolizavam a vida de milhões de brasileiros.
O título originalmente pensado para a novela era Pátria Amada, o que se tornou inviável por já existir como nome de um filme de Tizuka Yamasaki.
Daniel Filho menciona em seu livro O Circo Eletrônico:
"Na primeira sinopse, a filha vendia a casa por volta do capítulo 40 ou 50. Lógico que outras histórias paralelas estariam acontecendo. Mas o tema central não deslanchava. Argumentei: 'Se a filha não vender a casa no primeiro capítulo e a mãe ficar na miséria, a novela não atingirá seu objetivo'. Ou seja, não deixaria claro seu tema. Denis Carvalho - o diretor - concorda. A presença de Aguinaldo e o jeito conciliador de Leonor deixaram Gilberto seguro para adiantar a novela em 40 capítulos."
No capítulo 193, que foi ao ar no dia 24/12/1988, a vilã Odete Roitman foi assassinada com 3 tiros à queima-roupa. O mistério da identidade do assassino durou apenas 13 dias, mas dominou todas as conversas pelo país. O fabricante de caldo de galinha Maggi promoveu um concurso para premiar quem adivinhasse o nome do assassino. O Brasil parou diante da TV em 6/1/1989 para conhecer o criminoso.
O mistério da identidade do assassino de Odete Roitman tornou-se alvo de apostas, rifas e sorteios. A cena do disparo foi gravada no dia em que o último capítulo iria para o ar. Nem o próprio elenco sabia, até ao momento em que Denis Carvalho dispensou os demais atores, anunciando que seria Leila. A primeira reação da "morta" (Beatriz Segall) foi dar-lhe os parabéns. Razão do assassinato: Leila adentrara o recinto desabaladamente, disparando sua arma contra a vilã, por engano! Ela pensava que quem estava ali com seu marido Marco Aurélio (Reginaldo Faria) era a amante dele, Maria de Fátima (Glória Pires).
Até algum tempo depois de ter terminado a novela, Beatriz Segall se recusava a falar da sua interpretação, já que tentava afastar o fantasma da megera com os trabalhos que fez depois de Vale Tudo.
Beatriz conta que depois que sua personagem foi assassinada, uma agência de publicidade criou uma campanha para uma companhia de seguros, na qual, sob uma foto da atriz, lia-se a frase: "Nunca se sabe o dia de amanhã. Faça seguro."
Nove anos mais tarde, Beatriz e Glória Pires reencontrar-se-iam, no remake de Anjo Mau. A primeira só aceitou entrar na novela se fosse para fazer um personagem do bem. Na cena de Anjo Mau em que Clotilde e Nice se conhecem, fazendo uma alusão às suas personagens em Vale Tudo, a primeira diz achar conhecer a outra de algum lugar.
Além da questão da ética e honestidade, Vale Tudo discutiu o drama do alcoolismo e mostrou, pela primeira vez de forma explícita, o homossexualismo feminino. Por isso a novela enfrentou alguns problemas com a censura. Vários diálogos entre as personagens Cecília (Lala Deheinzelin) e Laís (Cristina Prochaska) tiveram que ser reescritos depois que foi vetada a cena em que as duas contavam a Helena (Renata Sorrah) sobre os preconceitos de que eram vítimas por causa de seu relacionamento.
Em Cuba, o governo resolveu legalizar em 1995 uma rede de restaurantes privados que funcionava clandestinamente desde 1993, num arrojado gesto de abrir mão da exploração exclusiva do setor. Esses restaurantes, geridos em âmbito familiar, têm o nome de "paladares", assim batizados por conta do nome da empresa de alimentos de Raquel na novela (Paladar).
Muitas foram as cenas marcantes, como o assassinato de Odete, cometido por Leila; Marco Aurélio fugindo do país num jatinho e se despedindo de todos com uma "banana", através do gesto com os braços; e Raquel rasgando o vestido de casamento de Fátima.
Em 2002, a Globo, numa parceria com a Rede Telemundo - cadeia de emissoras abertas voltada para a comunidade latina nos Estados Unidos - produziu uma nova versão de Vale Tudo, em espanhol: Vale Todo com elenco formado por atores latinos.
Créditos
Globo - 20h
de 16 de maio de 1988 a 6 de janeiro de 1989
204 capítulos escritos, 203 apresentados
novela de Gilberto Braga
escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères
direção de Denis Carvalho e Ricardo Waddington
direção geral de Denis Carvalho
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